SÍNTESE DAS PRINCIPAIS IDEIAS QUE PERCORRERAM O DEBATE NACIONAL DE 19/01/2015

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Vista geral dos participantes no debate

Nota de apresentação: A Comissão Permanente do CE optou por agrupar em quatro capítulos as principais ideias que reteve do debate nacional de 19/01/2015, pelo que a síntese que se segue é da sua exclusiva responsabilidade.

1. DESCENTRALIZAÇÃO | DESCONCENTRAÇÃO | MUNICIPALIZAÇÃO | DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS | SUBCONCESSÃO

• É necessário clarificar os conceitos que estão a ser utilizados neste processo: o que se entende por municipalização, por descentralização e por delegação de competências.
• Pelo que se conhece, não estamos em presença de um processo de descentralização de competências / devolução de poderes às autarquias, mas antes de desconcentração e de alguma desresponsabilização dos poderes centrais do Estado.
• Todo este processo contém o perigo da “terceirização” da Educação (ex. do Brasil), isto é, a subconcessão do serviço público de educação ou de algumas das suas componentes ou setores a operadores privados. Nenhuma das cláusulas contratuais impede as autarquias de subdelegar ou subconcessionar todo o serviço educativo, ou parte dele, em/a empresas privadas.

 2. OS MUNICÍPIOS NO PROCESSO DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS

• Será de evitar a politização/partidarização dos espaços educativos locais. Também será de evitar as desigualdades entre municípios mais pobres ou mais ricos, com maior ou menor massa crítica. A diversidade é fundamental, mas não pode ser desigualdade.
• A descentralização é urgente, mas até hoje jamais se conseguiu conquistá-la. As autarquias e o Poder Local devem ter uma intervenção na Educação, não através do Conselho Municipal de Educação mas sim de um Conselho Local de Educação, no qual o Município seja um ator entre outros, sem ser hegemónico.
• Todo o atual discurso sobre descentralização de competências não consegue disfarçar o facto de o Poder Central, através de uma nova via de “desconcentração municipal contratualizada”, querer recentralizar o poder de decisão, cooptando as autarquias para desempenharem o papel de “administrações regionais” para as Escolas.
• Neste processo, os Municípios podem transformar-se num instrumento do Poder Central para gerir a Educação não se antevendo o que ganharão as Escolas.

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Eng. Humberto Marques, Dr. José Eduardo Lemos, Prof. Dr. Licínio Lima e Prof. Dr. António Nóvoa

 3. A DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS E A AUTONOMIA DAS ESCOLAS

• A autonomia das escolas não tem passado de retórica e apenas tem servido para “enfeitar” legislação e discursos. Tudo o que é importante para ser governado e decidido é-o pelo Poder Central, através de uma “hiper-burocracia” e de uma “ciber-administração”, baseada em plataformas informáticas com controlo remoto à distância.
• A descentralização é importante num sistema educativo demasiado centralizado. Pode este processo em curso envolver muitos protagonistas locais, mas não resolverá os problemas da Escola e da Educação se não descer à Escola e aos decisores que estão na Escola.
• O programa “Aproximar a Educação”, no modo como está formulado, imporá uma dupla tutela às Escolas – Estado Central e Câmaras, diminuindo a autonomia das Escolas.
• Todos os atuais órgãos da Escola atual perderão poder de decisão com este processo, que abre ainda caminho para que deixem de ser eleitos e passem a ser designados.

 4. O PAPEL DAS ESCOLAS NESTE PROCESSO

• O programa “Aproximar a Educação” é pouco claro nos seus propósitos e processos, a que as escolas e agrupamentos se limitam a assistir. É grave que se discutam estas questões sem se dar voz ativa aos atores principais no processo de Educação: as Escolas e os seus órgãos.
• Estes contratos interadministrativos não deveriam ser assinados apenas entre “o Ministro e o Presidente da Câmara”. Deveriam ser chamados os outros intervenientes. É fundamental que as Escolas participem formalmente no processo.
• Os principais atores - os diretores, os conselhos gerais, as Escolas e aqueles que as representam - não podem ser figurantes menores neste processo. Têm de ser mais interventivos e tomar posição formal sobre o mesmo.
• A revalorização da Escola Pública é uma necessidade pelo que não faz sentido “guerras” entre Municípios e Escolas. Neste momento, é essencial uma grande capacidade de concertação entre eles. Escolas e Municípios devem dialogar e unir-se para reivindicar a revalorização da Escola Pública junto do Poder Central.

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Dr. Ricardo Gonçalves, Presidente da CM de Santarém e anfitrião.

José Eduardo Lemos, PCE, 26/01/2015

Debate Nacional | Municipalização: que caminho para a Escola?
Organização: Conselho das Escolas
Destinatários: Diretores de Escolas e Agrupamentos | Presidentes dos Conselhos Gerais
Local: Convento de S. Francisco - Santarém
Data: 19 de janeiro de 2015 | 14:00 horas

Participantes
António Nóvoa, Universidade de Lisboa
Licínio Lima, Universidade do Minho
Humberto Marques, Presidente da Câmara Municipal de Óbidos

Moderador
José Eduardo Lemos, Presidente do Conselho das Escolas

Data limite para inscrição: 09/01/2015

Inscrições Encerradas 

CE debate

José Eduardo Lemos, PCE, 16/12/2014

O Conselho das Escolas reuniu ontem, segunda-feira, dia 15/12/2014, no Centro de Caparide, S. Domingos de Rana.
Nessa reunião, entre outros assuntos e por iniciativa do Conselho, foi discutida e aprovada a Recomendação n.º 03/2014, relativa  à  avaliação do desempenho do pessoal docente e à observação de aulas dos Diretores / Presidentes de CAP,  entretanto remetida ao Sr. Ministro da Educação e Ciência.
Foram também recolhidos testemunhos de alguns Diretores de Escolas / Agrupamentos de Escolas sobre o processo de delegação de competências educativas do Governo nas respetivas Autarquias.
A este respeito, constatou-se não haver informação disponível, publicamente, sobre os processos em curso, o que gera apreensões sobre a forma como os mesmos estão a decorrer. Também se sublinhou que, na eventualidade de ser dada continuidade ao processo, é necessário esclarecer publica e oficialmente, qual o papel reservado às Escolas / Agrupamentos de Escolas, através dos seus órgãos de administração e gestão.
Neste âmbito, com o fito de contribuir  para o debate que se entende ser necessário sobre matéria tão sensível para a Educação e o futuro das Escolas, o Conselho das Escolas está a organizar um Debate Nacional cujo tema é Municipalização: que caminho para a Escola?,
Este Debate, dirigido sobretudo a Diretores / Presidentes de CAP e Presidentes de Conselhos Gerais das Escolas e Agrupamentos de Escolas,  realizar-se-á no Convento de S. Francisco, em Santarém, no dia 19/01/2015, conforme poderão observar pelo cartaz a publicar ainda hoje.

 José Eduardo Lemos, PCE, 16/12/2014

O Conselho das Escolas reuniu na passada terça-feira, dia 07/10/2014.
Por sua iniciativa, foi analisada a atual situação educativa, identificados os problemas e constrangimentos que têm afetado o início do presente ano letivo, bem como as principais causas que lhes deram origem.
O Conselho deliberou pronunciar-se sobre esta matéria, tendo aprovado uma Tomada de Posição sobre o lançamento do ano letivo 2014/15.
Da mesma foi dado conhecimento ao Sr. Ministro da Educação e Ciência.

José Eduardo Lemos, PCE, 08/10/2014

O Conselho das Escolas reuniu na passada sexta-feira, dia 27/06/2014, tendo sido apreciados, por sua iniciativa, vários assuntos do interesse das Escolas, entre os quais:
- a dotação de pessoal não docente (Portaria n.º 1049-A/2008, de 16 de setembro),
- o encerramento de Escolas do 1.º ciclo do ensino básico e
- o diploma de organização do ano letivo 2014/15 (DN n.º 6/2014, de 26 de maio).

Foram aprovados, por unanimidade, o Parecer n.º 4/2014, relativo à dotação de pessoal não docente nas Escolas e a Recomendação n.º 2/2014, relativa ao encerramento das escolas do 1.º ciclo do ensino básico.
Ambos os documentos foram já remetidos ao Sr. Ministro da Educação e Ciência.

Na sequência da emissão do Parecer n.º 2/2014, relativo à organização do ano letivo, o Conselho deliberou tomar posição sobre o Despacho Normativo n.º 6/2014, de 26 de maio, através de Declaração, da qual também deu conhecimento ao Sr. Ministro da Educação e Ciência.

José Eduardo Lemos, PCE, 01/07/2014

O Conselho das Escolas reuniu na passada quarta-feira, dia 09/04/2014, no Centro de Caparide, em S. Domingos de Rana, Cascais.
Nessa reunião, entre outros assuntos e por solicitação do Sr. Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, foi aprovado, por unanimidade, o Parecer n.º 03/2014, relativo à constituição e funcionamento dos centros de formação de associação de escolas (CFAE).
Por iniciativa do Conselho, foi discutida e aprovada, também por unanimidade, a Recomendação n.º 01/2014, relativa à rede escolar de oferta educativa e formativa.
Ambos os documentos foram já remetidos ao Sr. Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar.

José Eduardo Lemos, PCE, 10/04/2014

O Conselho das Escolas reuniu na passada quinta-feira, dia 27/03/2014, no Centro de Caparide, em S. Domingos de Rana, Cascais.
Nessa reunião, entre outros assuntos e por iniciativa do Conselho, foi discutido e aprovado o Parecer n.º 02/2014, relativo à Organização do Ano Letivo,  entretanto remetido ao Sr. Ministro da Educação e Ciência.

José Eduardo Lemos, PCE, 30/03/2014

O Plenário do Conselho das Escolas reuniu na passada sexta-feira, dia 28 de fevereiro, no Centro de Caparide, S. Domingos de Rana. Nessa reunião, foram tratados vários assuntos, sendo de destacar:
A indicação dos seguintes Diretores para integrarem o júri do Prémio de Escola:
Região Norte - Filinto Virgílio Ramos Lima
Região Centro - João Manuel Ascensão Belém
Região de Lisboa e Vale do Tejo - Margarida Ana Valente Fonseca
Região do Alentejo - Carlos Jorge Pires Percheiro
Região do Algarve - Telmo Eduardo da Costa Marreiros Soares

A indicação dos conselheiros Fernando Filipe de Almeida e Carlos Jorge Pires Percheiro para representar os estabelecimentos públicos de ensino não superior junto do Conselho Nacional de Educação.

A indicação da conselheira Maria Celeste Sousa para representar o Conselho das Escolas no Conselho-Geral do IAVE I.P.

A aprovação do parecer N.º 01/2014, relativo à transferência de competências da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares para as Escolas/Agrupamentos.

O Conselho tomou conhecimento da correspondência recebida/expedida desde o último Plenário, nomeadamente de que foi trocada com a Secretaria de Estado do Ensino e Administração Escolar, relativa à Portaria n.º 44/2014 de 20 de fevereiro e ao amianto nas instalações escolares.

José Eduardo Lemos, PCE, 01/03/2014

Ontem foi tornado público (vide aqui) que aguarda publicação uma Portaria que vem introduzir alterações à Portaria n.º 265/2012, de 30 de agosto - autonomia das escolas.
No 3.º parágrafo do preâmbulo dessa Portaria que aguarda publicação, é referido de forma expressa e taxativa que "Foi ouvido o Conselho das Escolas".
Serve a presente nota para informar os estabelecimentos públicos de educação não superior, e a comunidade em geral, que o Conselho das Escolas nunca foi ouvido sobre a existência da referida Portaria, tendo da mesma tomado conhecimento, apenas, no próprio dia em que foi assinada. Há dois dias atrás, portanto.
Acresce que o Conselho não só não foi ouvido sobre a existência da Portaria, como nunca foi ouvido sobre a matéria que a mesma versa.
Deste facto foi dado imediato conhecimento ao Gabinete do Sr. Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, a fim de se proceder à necessária retificação, na parte em que se refere ter sido ouvido o Conselho das Escolas.

José Eduardo Lemos, PCE, 14/02/2014

O Plenário do Conselho das Escolas reuniu na passada quinta-feira, dia 6 de fevereiro, na sede do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras, em Lisboa.

Nesta reunião foram discutidos vários assuntos, tendo sido aprovado o Regime de Funcionamento do Conselho, bem como o novo logótipo, da autoria da docente Patrícia Fonseca, da Escola Secundária Rainha D. Amélia.

Também se fez a apresentação do site do CE e foram acertados aspetos ligados à comunicação e imagem do Conselho.

Foram ainda eleitos os quatro membros da Comissão Permanente, a qual ficou assim constituída:
José Eduardo Lemos de Sousa (Presidente)
Maria Isabel Tavares P.A. Le Gué
Fernando Filipe de Almeida
António Ventura dos Santos Pinto
Lucinda Maria Mendes Ferreira
Fernando Paulo Mateus Elias
José António de Sousa

Agradece-se a cortesia do Dr. Amílcar Santos, Diretor do Agrupamento das Laranjeiras, na cedência de instalações e equipamentos necessários ao funcionamento da reunião, bem como a amabilidade com que a todos recebeu

José Eduardo Lemos, PCE, 10/02/2014